Me lembro de sentar muitas,
e muitas vezes,
na calçada, abraçado numa garrafa de cerveja,
meio dia,
domingo,
ou sabado...
E sair andando... olhando as pessoas,
e os narizes, e buchechas vermelhas do frio.
E eu não conseguia pensar,
por isso "pensava" que estava vivo...
Era um sentimento padrão de dia seguinte,
as pessoas, seus sapatos,
os cachorros,
e seus rabos,
eles me olhavam com dó,
desprezo,
ou raiva, não sei dizer...
Me lembro da sensação.
era de solidão,
um clima bucólico, entre as esquinas, e prédios do centro da cidade.
E eu achava que me encontrava dentro desse quadro,
um quadro desfigurado,
um "Le Chanteur" de Juan Pablo miró...
"Um cantor, sózinho, debaixo das luzes da cidade,
tocando seu instrumento, e olhando pras moedas no seu chapéu,
esperando que alguem se importasse em estar ali,
esperando que alguem passasse, e realmente parasse,
por admiração, não por dó."
Mas me excitava essa tristeza,
eu realmente pensava que estava vivo...
Hoje... eu sinto dó dos meus antigos um metro e vinte centimetros...
ja disse, sou maior,
estou melhor,
não estou mais sozinho.
"Ah, look at all the lonely people..."
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